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por Milla Jung, curadora

Em Nem frio nem calor, apenas o cheiro de Jasmim, Cayo Vieira opera na potência da imagem como libertação do real fazendo surgir um “outro” que, apesar da correlação figurativa, é enigma. Animar um corpo que jaz, não qualquer corpo, mas o corpo do pai, é um gesto radical sobre a “natureza” indicial da fotografia. Um rompimento de contrato entre o que esteve diante da câmera e o que agora se constitui como imagem. Se no instante fotográfico o referente estava condicionado a ser ausência e passado, nas fotos vemos presença e futuro em vias de configurar-se, imagens-acontecimento de uma relação na qual afeto-natureza dão corpo ao que está vivo, apesar da morte. Uma fotografia que se nega ao noema clássico de Roland Barthes do “isso-foi” para alcançar um novo estatuto do “isso-é”.

 

concepção e imagens: Cayo Vieira

curadoria: Milla Jung

interlocuções: Bernardo Stumpf, Cândida Monte e Tiago Schiavon

documentação fotográfica e audiovisual: Giovana Bertoldi

assessoria de imprensa: Fernanda Nardo

impressões: FarbeWerk Fine Art Print Lab

molduras: Festina

audiodescrição: Casa Consultoria

projeto gráfico e diagramação: Bernardo Stumpf

revisão de texto: Barbara Iung

encadernação: Genoveva Atelier

produção:  Expressão criação e produção

realização: NÓ movimento em rede

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